O Universo é mental, ele está dentro da mente do Todo.

Para Platão o mundo manifestado existe, para Hermes Trimegisto, o mundo manifestado não existe, ele não passa de um palco montado para que todos nós vivamos uma experiência que nos ajudará a crescer, se assim for a nossa opção. Muito à imagem da Década Pitagórica, como sabemos, para os pitagóricos cada algarismo também representa um momento na vida do Homem, onde tudo sai do vazio e avança para o um, dois, três … até regressar novamente ao um e ao zero. Assim, a única realidade é mesmo o uno, o ponto onde tudo começa e regressa.

Imaginemos um ponto de luz na escuridão, quando ele se move a grande velocidade cria a ilusão de inúmeras formas, no entanto e na realidade, não passa de um ponto de luz.

Podemos agora compreender melhor que, para os hermetistas, todo o universo está dentro da mente do Todo, são ilusões criadas para que os seres vivam uma experiência.

Assim, o Universo seria uma oportunidade para que todos os seres que estão em evolução vivam experiências e se desenvolvam, mas tudo não passa de um palco mental, para os indianos é a Mahat a grande mente cósmica, diziam eles que tudo o que tem de ser criado no Universo, foi previamente criado, como ideia, na mente cósmica no início dos tempos.

No entanto, é importante termos em atenção que o Universo é diferente do Todo, tem partes e é mutável, então como surgiu o Universo do Todo? Se este é indivisível, não se pode fragmentar ou criar algo fora de si (se é o Todo, não pode existir outra parte, pois, caso contrário, então deixaria de ser o Todo).

Ora, para Hermes, o Todo cria mentalmente, sendo que o Universo existe dentro da mente do Todo, como Shakespeare e Romeu. Shakespeare pode dizer que também é Romeu, mas já este não pode dizer que é Shakespeare, é apenas uma parte de Shakespeare, uma criação mental deste que é muito mais do que essa criação. Agora, essa criação não é de somenos importância, pois com certeza que obrigou o seu criador a evoluir, a fazer inúmeras reflexões, a aprender e crescer.

A mente infinita do Todo é a matriz dos Universos.

A morte não é real, iremos, no Universo, subindo degraus até que o Todo recolha em si todas as suas criações, é o pulsar do coração do Cosmos. Helena Blavatsky diz que a eternidade é a idade do éter, um elemento muito subtil que está acima dos elementos materiais, a eternidade tem um fim, também acaba, mas como é tão longínquo ela tende para o infinito e parece não ter fim. Quando atinge o seu fim, todas as coisas são reabsorvidas no Todo, levando o grau de consciência que conseguiram atingir e voltamos ao início, como um coração que absorve e expele o sangue.

Antes da construção de um qualquer Templo, o primeiro passo que foi dado foi mental, ele foi idealizado em primeiro lugar na mente dos seus construtores, tal como um marceneiro que constrói uma mesa. Onde fica o Oriente, quantas mesas, qual a sua forma e dimensões, quantas cadeiras, qual a sua decoração, cores, materiais, símbolos, etc. mais uma vez, tudo isto foi inicialmente “criado” na nossa mente, e só depois se traduziu materialmente no que vemos após a sua construção.

A mente percebe o universo como transitório, o corpo percebe o universo como real, temos a aprender de ambos, porque ambos estão corretos.

Bibliografia:

Livro “O Caibalion”;

Textos da Prof.ª Lúcia Galvão;

Textos de autores desconhecidos.

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