Ramsés2“Ramsés  foi um dos maiores faraós que o Egito já teve. Governou por quase 67 anos, talvez nenhum faraó tenha governado tanto. Foi um grande construtor e um grande lutador. Ficou famoso por causa da grande batalha de Kadesh.

O soberano egípcio queria tomar posse de terra que pertencia aos Hititas, chamada Kadesh, pela qual passavam as rotas mercantis para o Oriente. Para isso, liderou um exército enorme visando conquistá-la.  Essa região na Síria, desde o faraó monoteísta Akhenaton, sofria com as tomadas de posse dos hititas e as retomadas dos egípcios.

Ramsés,  ao completar 10 anos de idade, foi nomeado como comandante-chefe dos exércitos do seu pai, Set I, e aos 14 anos o jovem príncipe recebeu permissão para participar ao lado do faraó Set de combates na Líbia.  Os dois conseguiram tomar a cidade hitita de Kadesh por um breve período, mas os inimigos a recuperaram logo que retornaram ao Egito. Antes da morte do seu pai, Ramsés, o novo faraó,  jurou retomar Kadesh.

No quinto ano de seu reinado, Ramsés decidiu reconquistar a estratégica cidade hitita à frente de um exército de 20 mil homens, dividido em quatro partes, cada um com um nome de um deus, Amon, Rá, Ptah e Seth. Durante a batalha, o soberano se adiantou na frente de seu exército e levou a divisão de Amon. Ramsés II e seus homens foram surpreendidos pelo exército Hitita comandado pelo rei Mouwattali com 40 mil guerreiros.  Graças à pronta chegada dos reforços que acompanhavam as forças principais por outra rota, o faraó conseguiu salvar-se, reorganizando as divisões e fazendo os hititas recuarem.

A batalha de Kadesh não teve vencido ou vencedor, e o norte da Síria continuou sob domínio hitita, com os quais o faraó envolveu-se em novos choques posteriormente.

O tratado definitivo entre egípcios e hititas só foi concluído no 21° ano do reinado de Ramsés, já no reinado do rei hitita Hattusil III, irmão de Mouwattali que se apoderou do trono expulsando o filho do antigo soberano. Pelo tratado, Ramsés teve que desposar a filha mais velha do astuto usurpador para selar a nova amizade.

Nessa época, o faraó já tinha como esposas a bela Nefertari e sua segunda esposa Istnofret, fora as mulheres do harém.

Após a batalha o faraó tratou de se promover. Foi elaborado um  relato dramático sobre a batalha de Kadesh – exaltando a sua coragem e a intervenção de Amon-Rá para defendê-lo. Tal relato foi amplamente divulgado em templos (aparece 3 vezes no templo de Luxor), e em várias cópias em papiro (uma das versões foi compilada por um escriba que deu nome a composição: “poema de Pentaur”).

Para perpetuar essa “propaganda” maciça, Ramsés ordenou  que fossem também feitas descrições da batalha nos templos em Abu Simbel  ( A Montanha Pura).

Ramsés e a magnífica arte e engenharia

Durante a construção dos dois templos em Abu Simbel , o Grande Templo, em homenagem a Ramsés, e o Pequeno Templo para a esposa Nefertari, centenas de operários tiveram que esculpir todo o templo na rocha de uma colina de arenito, um detalhe admirável, porque qualquer erro grave causaria o afundamento de toda a obra.

Desenhistas ficaram pendurados por andaimes para desenharem na rocha. Depois vieram os escavadores e esculpiram quatro estátuas colossais de Ramsés II. O santuário interno, escavado em uma sólida rocha, prolongando-se por 55 metros de profundidade, era o lugar mais sagrado do Grande Templo.

Nele, quatro estátuas, a do faraó e as de três deuses, estão sentadas. Duas vezes por ano, graças aos cálculos dos arquitetos, nos solstícios de verão, época da colheita, à medida que o Sol se levanta, seus raios brilham pelas paredes decoradas com as façanhas sangrentas da batalha de Kadesh e iluminam as estátuas divinas. A construção levou 20 anos.

O faraó construiu também  outros templos afastados de qualquer cidade egípcia, mas que cruzavam o caminho dos estrangeiros. Sua intenção era mostrar a grandiosidade do Egito. Os templos ficam perto da margem do Nilo, ou seja, quem subir o Nilo irá ver as estátuas do rei do Egito em seu trono. Ramsés só criou esses templos e outras obras como uma” propaganda” faraônica de seu poder.

Cada templo possuía o seu sacerdote designado pelo faraó que  representava o rei nas cerimônias religiosas cotidianas. Em tese, o faraó deveria ser o único celebrante das cerimônias religiosas diárias que se nos desenrolavam diversos templos espalhados por todo o Egito. Na prática, o grão-sacerdote exercia esse papel. Para alcançar essa posição, tornava-se necessário uma longa educação nas artes e nas ciências, tal como o faraó possuía. Leitura, escrita, engenharia, aritmética, geometria, astronomia, medição de espaços, cálculo do tempo pela ascensão e ocaso das estrelas, faziam parte de tal aprendizado. Os sacerdotes de Heliópolis, por exemplo, tornaram-se guardiãs dos conhecimentos sagrados e ganharam reputação de sábios.” (in Viajante do tempo)

 

 

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Fonte: Discovery Channel

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