O conjunto de emoções e sentimentos que moldam a consciência através da experiência (vivida ou transmitida) garantiram ao homem (e talvez a outros seres) um sentido único de perceber e se contextualizar no universo que nos rodeia.
Ao longo da história podemos perceber um fio condutor de transmissão de conhecimento e tradições. Fio condutor esse que, atualmente, se pode resumir naquilo que é a Maçonaria, mas que foi tendo e possivelmente terá vários nomes.
Essa tradição permite-nos, sobretudo através do uso dos símbolos, ter uma noção daquilo que rege as leis físicas desde um momento criador. Quando me refiro a leis físicas refiro-me também à Física ou Mecânica daquilo que é imaterial ou dito espiritual.
Os ensinamentos de Hermes Trimegisto são uma emanação dessa mesma consciência do indivíduo no Todo. A tradução escrita desses ensinamentos chegam-nos através do Kybalion, cuja autoria é desconhecida e por simbologia ao próprio Trimegisto é atribuída aos 3 iniciados. O Kybalion dedica um capítulo a cada um dos 7 princípios ou leis da tradição Hermética.
Este trabalho é dedicado ao Princípio da Vibração; mas este mesmo princípio está, quanto a mim, diretamente ligado na sua essência aos princípios da polaridade, correspondência e polaridade. Pelo Princípio da Vibração, Hermes diz-nos que “nada está parado, tudo se move, tudo vibra”. Por este princípio, tudo no universo é constituído por vibração. E, assim, a distinção entre Matéria, Energia, Mente e Espírito resume-se a apenas diferentes estados de vibração. Este princípio diz-nos também que a iniciação e o estudo nas leis de Hermes permite-nos alcançar estados de vibração cada vez mais elevados. Talvez possamos encontrar um eco desta lei nas afirmações de Descartes ou Espinosa, onde o divino está ao alcance do Humano pela consciência da Natureza e da sua tradução lógica.
Este princípio remete-nos também áquilo que são os desafios e as mais excitantes descobertas da Física moderna. Nos últimos anos a mecânica quântica tenta descrever aquilo que é a natureza do átomo. Para Demócrito – talvez o primeiro a descrever (de uma forma filosófica ou epistemológica, é claro) o que é o átomo – se dividíssemos constantemente toda e qualquer matéria chegaríamos a uma partícula fundamental, indivisível e criadora de toda a matéria, mas que, por si só, não é matéria – o átomo. Para Demócrito e mais tarde também para Lucrécio, o átomo é imprevisível e aleatório e permitia por isso explicar as mutações periódicas da Natureza.
O conceito Físico (da Física Quântica) de átomo é ligeiramente diferente daquele apresentado por Demócrito. A Física moderna demonstrou-nos que o átomo, ao contrário de ser uma partícula elementar, é constituído ele próprio por outras partículas: o electrão, o neutrão e o protão. Por sua vez, o neutrão e o protão são constituídos por quarks. Atualmente acredita-se que toda a matéria é constituída por 12 (DOZE) partículas elementares, conjuntamente com os seus respetivos pares de anti-matéria. Todas estas partículas encontram-se unidas por 4 (QUATRO) forças: a eletromagnética, a nuclear forte, a nuclear fraca e a força gravitacional.
Aquilo que é descrito como força é também constituído por elementos, corpúsculos ou ondas assim como o fotão, os bosões e mais recentemente o gravitão (força ou partícula responsável pela atracão gravítica entre dois corpos com massa).
Atualmente, as ferramentas matemáticas que descrevem e tornam previsíveis as forças eletromagnéticas, nuclear forte e nuclear fraca não o fazem para a força gravitacional. Por isso, nas últimas décadas tem-se assistido a várias tentativas de criar uma teoria física unificadora de todas as leis físicas no universo. Algo que nem o próprio Einstein conseguiu, apesar de ser ele o impulsionador (na área da Física moderna é claro) da ideia de que tudo no universo, do maior ao mais pequeno, se rege pelas mesmas leis, forças e fenómenos físicos. Relembro que Einstein foi o primeiro a relacionar energia com matéria através da sua mais famosa fórmula.
A Teoria das Cordas (Super String Theory) é talvez a mais recente emanação de uma teoria unificadora. Ainda não totalmente (ou se calhar nem parcialmente) validada, esta teoria explica…é verdade!… que tudo é vibração. Todo e qualquer elemento é constituído por pequeníssimas “cordas” cuja frequência e intensidade vibracional constituem a identidade de qualquer partícula, força ou estado energético. Esta teoria das cordas é uma derivação de uma outra teoria, a da “supersimetria”, que explica que qualquer partícula tem um par, um reflexo e que uma alteração num dos elementos do par irá criar instantaneamente uma modificação simetricamente igual no outro par.
Muito recentemente, foi descoberta a partícula responsável pela gravidade. E como é natural, a acompanhar uma grande descoberta que pode de facto revolucionar o conhecimento científico, vem a arrogância natural das grandes mentes; acreditando agora que tudo no universo é partícula e que a gravidade vai explicar tudo.
“Considera como provável que a vida reside no seio dos três reinos da Natureza? Mineral, Vegetal e Animal? “ Seguramente que qualquer um de vós (de nós) se lembra desta questão. As leis Herméticas e principalmente o Princípio da Vibração diz-nos que não. Existe muito mais para além daquilo que é mineral, vegetal e animal; que vibra com diferentes frequências e energias e que é o Todo e o Um. Que tudo, a partir de um momento inicial de criação foi nutrido de um constante estado de movimento e de vibração e que é ao mesmo tempo constituinte da matéria, do espírito, da mente e do TEMPO.
É aquilo que nos constitui e que continuará a ser o que de nós resta quando partirmos (como seres mortais) para o Oriente Eterno.
Mas acima de tudo, este princípio diz-nos que enquanto seres individuais podemos alcançar níveis vibracionais superiores, que a mente pode controlar a matéria.
E, para mim, esta é talvez a principal MENSAGEM deste princípio: MENS AGIT MOLEM.